4 de mai. de 2015

Não existe comportamento pessoal ou profissional, você é um só!


Cada vez mais o mundo está a nos transformar em duas pessoas distintas, uma delas está dentro da empresa e outra fora. Assim vem sendo o comportamento da maioria das pessoas, é como se houvesse uma transformação quando se toma banho, põe a roupa de trabalho e coloca o pé fora de casa, deixa-se tudo lá dentro e da porta para fora é outra pessoa, a que age profissionalmente segundo o que lhe convir, profissionalismo acima de tudo, é o que dizem. É o que as empresas querem ouvir.

Ora, ora, quantas expressões clichês ouvimos tantas vezes por aí, como "não é nada pessoal, são apenas negócios" ou "amigos, amigos, negócios a parte" e ainda "gosto muito de fulano, mas é péssimo profissional" e "odeio fulano, só aturo porque ninguém faz o que ele faz". Esse jogo de personalidades no universo corporativo vem criando perfis em que as pessoas buscam assumir papéis de acordo com o ambiente e a situação em que se encontram, para atingir o profissionalismo perfeito. 


No entanto, quando você diz que não é pessoal, são apenas negócios ou que amigos, amigos, negócios à parte, na verdade já está sendo pessoal, é a sua decisão de tratar seus negócios sem interferência de amigos ou familiares, você pessoalmente falando decidiu agir assim, logo é pessoal! Da mesma forma quando você assume gostar de alguém, porém o julga péssimo profissional está então assumindo pessoalmente seu sentimento a respeito daquela pessoa assim como quando admite odiar alguém, mas atura a pessoa por ela fazer bem o trabalho, você tomou a decisão de suportar os defeitos daquela pessoa, pelo trabalho que ela executa. Sua decisão foi pessoal e seu objetivo foi profissional. 


Mesmo as decisões que tomamos tendo como base o profissionalismo, nascem de posicionamentos pessoais, mesmo quando você vai de encontro a algo em que acredita pelo bem da empresa ou do seu setor, foi decisão pessoal sua de passar por cima disso para atingir um objetivo maior. Foi você quem
mudou sua maneira de pensar ou cedeu em algo ou acreditou desacreditando, confiou demais, engoliu sapos, errou ao gritar com alguém, acertou em seguir sua intenção ou em não seguir, foi insistente demais ou desistiu fácil. Foi você, pessoal e exclusivamente você, não dois de você, não porque na empresa você age diferente, não porque você é uma pessoa aqui e outra ali. Mas sim, porque você decidiu ou aceitou ser ou fazer assim.

Querer separar seu eu pessoal de seu eu profissional é como tentar separar as duas metades de seu cérebro, elas estão ali, você sabe que elas existem, mas olhando de fora não dá pra ver, só enxergam você e pronto. Pelos menos deveriam...

Daniele Paulino

Nenhum comentário: