Esqueça de prestar atenção a cada uma das perguntas daquele verdadeiro rosário que é desfiado por recrutadores em cada entrevista de emprego. Na verdade, o que os entrevistadores realmente querem saber é: Você pode fazer o trabalho? Vai gostar muito do que faz? Conseguimos tolerar trabalhar com você? É o que dizem executivos e CEOs, segundo matéria da Forbes. Eles explicam que cada uma dessas perguntas pode ser feita usando diferentes palavras, mas que cada uma delas é apenas uma variação dos seguintes tópicos, que guiam a escolha de um candidato: habilidades, motivação e perfil.
Você pode fazer o trabalho? - A questão não se refere apenas a habilidades técnicas, mas a liderança e a habilidades comportamentais/interpessoais. A técnica ajuda a subir os degraus, diz Kevin Kelly, CEO da empresa de recrutamento e seleção Heidrick & Struggles. Mas, para se manter, diz, são necessárias habilidades interpessoais.
Você vai gostar muito do trabalho? - A motivação é um fator visto como fundamental por muitos CEOs. Segundo Bill Guy, CEO do Cornerstone International Group, a natureza da motivação é essencial. Guy diz que funcionários jovens não querem meramente ser pagos por trabalharem duro, mas vão trabalhar duro porque apreciam o ambiente e os desafios associados ao trabalho.
Conseguimos tolerar trabalhar com você? - Grande parte dessa questão, dizem recrutadores, diz respeito a como o profissional se encaixa na cultura da organização. Sem isso, em pouco tempo o profissional deixará a empresa. Cerca de 40% dos executivos deixam as empresas ou são demitidos em 18 meses, justamente por não se ajustarem à sua cultura.
Segundo a coach Ylana Miller, da Yluminarh Desenvolvimento Pessoal, numa entrevista o que mais é checado são, de fato, as habilidades comportamentais do candidato. Para ela, os três aspectos básicos observados são as ações, os resultados e como a pessoa fez para chegar lá.
— O candidato deve ser objetivo, saber se comunicar bem e ter um roteiro da sua história profissional na cabeça, para poder atender ao que o recrutador irá perguntar — diz Ylana. — A tríade é ‘fazer’, ‘saber fazer’ e ‘como fazer’.
Ela ressalta, porém, que a função de recrutar deixou de estar na esfera somente da área de recursos humanos da empresa, e que há cada vez mais gestores recrutando:
— Infelizmente ainda existem muitos entrevistadores que se perdem numa infinidade de questões sem importância.
O coach Diogo Hudson, da Statux, concorda que habilidades, motivação e perfil estão entre os quesitos principais buscados numa entrevista de emprego. Segundo ele, mesmo que o profissional seja muito bem preparado, é fundamental ter o perfil da vaga - do contrário, seria perda de tempo. Ele explica que as habilidades comportamentais são mesmo as mais procuradas, porque a chamada geração Y está muito bem preparada, com pós-graduação e experiência no exterior, então são essas competências que definem de quem será a vaga.
— Quem passa não é necessariamente o melhor candidato, mas quem se saiu melhor na entrevista — afirma. — O candidato deve estudar a empresa, entendê-la e descobrir no seu perfil o que pode somar a ela. Isso deve ser mostrado para o entrevistador.
Já na opinião do coach Silvio Celestino, os três quesitos são importantes, mas a questão é mais complexa: um futuro chefe avaliará se a pessoa tem habilidades extras para ocupar posições relevantes no futuro. Ou seja, contrata-se não apenas visando ao cargo em questão, mas pensando na capacidade de crescimento futuro do profissional na empresa:
— Em uma entrevista, o profissional deve demonstrar que entende do negócio da empresa e que aprecia quando ela cresce e se destaca no mercado. Pessoas conectadas desse modo com o negócio são as que possuem maiores chances de serem escolhidas.
Créditos: O GLOBO
Disponível em: http://oglobo.globo.com/emprego/as-tres-perguntas-que-realmente-importam-numa-entrevista-4227894#ixzz2DKFMykvQ
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